RÁDIO CIDADE MATOSINHOS

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ENTREVISTA DO TÉCNICO DO FC INFESTA JOSÉ M. RIBEIRO

José Manuel Ribeiro parte para a terceira temporada consecutiva, coadjuvado por Nelson e Duarte.


O treinador da equipa sénior de futebol, José Manuel Ribeiro, vai orientar o Infesta pelo terceiro ano consecutivo. Espera realizar uma temporada tranquila, sem sobressaltos e entre outros assuntos, fez uma analise à pré-temporada e a antevisão ao encontro com o Chaves no domingo para a Taça de Portugal, atirando o favoritismo para o seu adversário.

No passado sábado, terminou a pré-época com mais duas vitórias, fazendo o total de quatro vitórias, dois empates e duas derrotas nos oitos jogos de preparação. Correu tudo dentro das suas previsões?

Completamente. Neste momento estamos bem preparados para começar a jogar. Esta é a minha terceira pré-temporada no Infesta e os resultados nesta fase da época nunca foram uma amostra daquilo que viria a ser o resultado final. Não são estes jogos que definem o que vai acontecer durante os restantes 8/9 meses. A nossa forma de trabalhar esta mais vocacionada para desenvolver um conjunto de princípios e consolidar um modelo de jogo e não tanto para conseguir resultados de pré-temporada. Relativamente aos jogadores, estou muito satisfeito com o trabalho que tem desenvolvido e o esforço dos novos para assimilarem o mais depressa possível as minhas ideias. Tirando o caso de dois jogadores que por razoes físicas ainda não conseguiram dar o seu contributo a equipa, todos os outros têm sido inexcedíveis. Espero que rapidamente recuperem, já que são dois jogadores com muita qualidade e que poderão ao longo da época ter um papel muito importante na equipa. Infelizmente existem sempre estes casos de lesões, principalmente quando os jogadores trabalham no máximo das suas potencialidades. É também uma fase de adaptação do organismo ao esforço depois de estarem praticamente 2 meses sem treinar. Estiveram de férias do futebol pois a maioria dos nossos jogadores trabalha, ao contrário dos jogadores do Chaves que são atletas profissionais e não fazem mais nada a não ser jogar futebol.

Neste momento estão 23 atletas inscritos. O plantel está fechado ou poderá haver mais um ou outro atleta inscrito?

Nós sempre dissemos que queríamos ter mais um guarda-redes, mas infelizmente o nosso presidente tem uma ideia diferente pelo que neste momento, a única possibilidade de enriquecer o nosso plantel será com o Diogo que é um ex-júnior e que tem treinado connosco.

Falando agora um pouco do campeonato, podemos verificar que ficamos inseridos numa série em que 7 das 16 equipas já atuaram na 1ª Divisão. Que expectativas e objetivos é que tem definidos para este campeonato?

Queremos consolidar o clube numa posição em que nos permita na parte final da temporada, não ter sobressaltos no que à descida diz respeito. Chegamos agora de uma divisão inferior e teremos, tal como aconteceu na época passada, um período de adaptação a uma nova realidade. Existem, como referiste muitas equipas com um passado fantástico no nosso futebol. Felizmente para nos que o passado não joga e iremos entrar em todos os jogos com a ilusão que os poderemos ganhar. No entanto, temos plena consciência que iremos defrontar equipas com um poderio superior ao nosso. Nós estamos num lote de 6 equipas que em termos de orçamento, qualidades do plantel e até de estrutura, não são considerados tão fortes. Temos como objetivo ficar entre os 8 primeiros, que seria quanto a mim uma extraordinária classificação. Ficar nos 5 primeiros será uma tarefa complicadíssima mas o lema do nosso clube é de nunca desistir, de trabalhar sempre nos limites e no fim é que se fazem as contas.

Então podemos apontar para o objectivo de pelo menos tentar o 8º lugar?

Pela qualidade dos nossos jogadores e um lugar que à partida poderá ser alcançável e que já era muito bom para o clube. Um 8º lugar, dentro das circunstâncias que o clube atravessa seria excelente. Temos consciência das nossas limitações, em relação a outros clubes, mas, até porque estamos habituados a ganhar, não vamos virar a cara à luta e vamos entrar em todos os jogos para vencer.

Está entusiasmado com o início de época?

Já é a minha terceira época como treinador principal, já tive outras como adjunto e jogador. O entusiamo é o mesmo de sempre, é o mesmo entusiasmo que tinha quando estava na Divisão de Honra ou na 3ª Divisão. Aquilo que me move é vencer e para mim é me indiferente estar na 2ª Divisão ou na Distrital e os jogadores também estão com a mesma ambição. Como te tinha dito há dois anos atrás, eu tinha o objetivo pessoal de ajudar a recolocar o Infesta na 2ª Divisão B, felizmente passados dois anos estamos de volta e queremos fazer uma boa campanha. O Infesta tem um enorme historial na 2ª Divisão B, não se pode dizer que somos uma equipa inexperiente neste campeonato. Do atual plantel, temos muitos jogadores que já jogaram nesta divisão e por isso não será pela falta de experiencia que nos vamos desculpar se algo não correr bem. Temos um plantel equilibrado, com jogadores que me dão garantias e acredito que se não tivermos abaixamentos de forma, castigos ou lesões, poderemos ser uma agradável surpresa.

Com certeza que já tem indicações das outras equipas que estão na nossa divisão, mas para si, quais são aquelas que serão as favoritas?

Claramente o Chaves, para mim é o grande favorito. Se o Chaves não subir será uma grande surpresa. A partir dai, acho que vai ser muito aberto. Não me parece que o Boavista e o Varzim tenham um plantel tão rico como o do Chaves. Penso que de uma forma natural, com o passar dos jogos, o Chaves vai-se destacar e os outros vão lutar pelos postos a seguir. Infelizmente, e em relação ao formato da 2ª Divisão B, sou muito crítico. O 2º lugar deveria dar acesso a uma liguilha, pois se o 1º classificado a meio da temporada se destacar dos restantes, o campeonato perde todo o interesse. Infelizmente os campeonatos da federação são muito pouco valorizados. São nestas divisões mais inferiores que muitos dos nossos craques do futuro agora jogam. Mas eles precisam de uma competição que os obrigue a melhorar constantemente. E isso apenas se consegue com objetivos motivadores. Jogadores sem motivação não trabalham e sem muito trabalho não se conseguem performances brilhantes.

Que diferença está à espera de encontrar do Campeonato Distrital e da 3ª Divisão, para a 2ª Divisão B?

Imensas… A diferença de nível de jogadores e de treinadores é muito grande da 3ª Divisão para a 2ª Divisão B. Esta divisão e uma antecâmara dos campeonatos profissionais. Os jogadores e os treinadores as vezes preferem ganhar menos e estar na 2ª Divisão do que ganhar mais e estar numa divisão mais abaixo. Só para te dar um exemplo a base de recrutamento este ano foi muitas vezes superior a do ano anterior.

Como é que foi o trabalho de construção deste plantel?

Todos os jogadores que fomos buscar ou foram observados pelo nosso departamento de scouting, ou eram jogadores que eu já conhecia ou foram-nos referenciados por pessoas da minha inteira confiança.

Falando agora do próximo encontro oficial, frente ao Chaves para a Taça de Portugal, quer fazer uma antevisão do encontro?

Não vai ser fácil. A equipa tem muitos elementos novos e ainda está num processo de aprendizagem e infelizmente, calhou-nos em sorte provavelmente a equipa mais forte da 2ª Divisão B a nível nacional. Tem um excelente técnico, excelentes jogadores, mas como disse anteriormente estamos preparados para a luta. Nós temos as nossas armas, jogamos em casa, temos bons jogadores e na minha opinião, temos boa equipa, e vamos procurar jogar dentro da nossa filosofia para ganhar como é óbvio. O Chaves vai tentar mandar no jogo, já que a qualidade dos seus jogadores permite-lhes assumir a posse de bola constantemente. Tem jogadores que pelas suas características podem alternar a posse com um jogo mais direto, o que nos ira criar muitas dificuldades. Vamos ter que nos adaptar ao estilo de jogo deles sem nunca esquecermos os nossos princípios e o nosso modelo de jogo. Obviamente que teremos de ter algumas cautelas com o adversário, mas isso temos de ter sempre, mesmo quando jogávamos na Divisão de Honra, ao defrontar o ultimo classificado, são os mesmos de agora, é a preocupação de conhecer o adversário, conhecer os pontos fortes, os pontos fracos, para depois poder-mos delinear uma estratégia para vencer o jogo que é isso que vamos tentar fazer para dar uma alegria grande à nossa massa associativa, ao nosso presidente para depois lá mais para a frente, ver se nos sai em sorte um grande.

O mister é também o coordenador das equipas de juniores, juvenis e iniciados, houve aí algumas modificações nas equipas técnicas, quer comentar estas novas apostas?

Houve um escalão que foi por escolha minha e noutro, nos juvenis que foi uma escolha do treinador que entendeu sair. Nos juniores mantivemos o treinador do ano passado e a diferença é que neste ano, nos iniciados e nos juniores vamos ter equipas “B”. Vamos procurar dar seguimento aquilo que foi feito o ano passado. Melhorar a qualidade dos treinos, melhorar a qualidade dos nossos treinadores, dar condições aqueles atletas de primeiro ano para poderem jogar quer nos iniciados, quer nos juniores, nos juvenis não nos foi possível criar uma equipa “B” pois neste momento o clube não tem condições nem humanas nem físicas para comportar tantas equipas “B”, mas a nossa preocupação era mesmo nos iniciados e nos juniores, todos eles poderem jogar pois tínhamos muitos miúdos de primeiro ano, principalmente nos juniores que tinham subido de divisão e queríamos ficar com eles e nos iniciados, foi um trabalho de scouting que tínhamos feito, pois havia a necessidade de ir buscar atletas fora e engloba-los nos iniciados e como tínhamos muitos, optamos por criar a equipa “B”. Nos juvenis, optamos por não o fazer porque tínhamos menos atletas, se bem que depois com a nova lei, acabamos por ter uma série deles e que infelizmente acabamos por ter de dispensar alguns. Agora é trabalhar bem, trabalhar no duro e melhorar os resultados das nossas equipas.

Nota-se que este ano, houve uma maior preocupação com a formação do futebol do Infesta e em termos organizativos, parece estar até melhor. Podemos pensar que num futuro próximo, o mister ou outro treinador que venha para a equipa sénior, pode apostar mais nos nossos jovens atletas?

O objectivo é que quem estiver, com os condicionalismos que o Infesta vai ter nos próximos anos, se apostem mais nos jovens jogadores. Uma aposta que nos últimos dois anos não se tem feito comigo porque o Infesta realmente não tem tido para aquilo que nós queremos nos seniores, jogadores que nos permitam vencer. Se calhar nos juniores, temos alguns jogadores com qualidade, que poderiam estar nos seniores mas que não iriam jogar e que iria acontecer o que eu fiz nestes dois anos em que eu subi juniores, apostei neles, não jogaram muito mas que no final da época acabaram por sair, porque para um miúdo com 19 anos, jogar dois, três jogos por época, não os satisfaz. No entanto, todos eles são acompanhados e quem sabe, no futuro não possam representar o Infesta novamente.

Em princípio o Infesta terá uma equipa de veteranos a competir nesta temporada. Acha que o facto de ter novamente jogadores como o Formoso, Reis, Moura, entre outros, a envergar a camisola do Infesta, pode trazer novamente mais interesse das gentes de São Mamede ao clube?

Eu acho que foi uma ideia fantástica. O Infesta tem um passado riquíssimo, quer em resultados, quer em qualidade de jogadores que tivemos, muitos deles conseguiram jogar em patamares superiores e o Infesta, mais do que ninguém, faz todo o sentido em ter uma equipa de veteranos. A maioria dos jogadores que passaram por aqui, foram jogadores que aprenderam a gostar do clube, ou seja não foram jogadores que passaram por aqui um ano e foram embora, muitos deles estiveram ca, cinco, seis, sete anos e é com enorme satisfação que vejo este projeto a andar para a frente. Se calhar para alguns mais nostálgicos, vai ser uma forma de rever alguns jogadores que deixaram muitas saudades no clube e que ajudaram a engrandecer este clube e pena é que alguns jogadores como o Tavares, o Sérgio, o Carlitos, o Mário Jorge, Chico Fonseca, etc… não possam vir mas eles também têm as suas vidas.

Para terminar, quer deixar uma palavra aos nossos adeptos?

Os nossos adeptos são bons, mas infelizmente são poucos. Para aquilo que o Infesta fez nos dois últimos anos, o clube merecia uma maior participação de adeptos. Mas eu entendo que as condições que o Infesta oferece aos seus adeptos para assistirem aos jogos, não são de longe nem de perto as ideais. O clube também está situado numa zona muito central do Porto, todos os clubes da região sofrem do mesmo pois os jovens têm muitas alternativas para passar os domingos. Mas o que eu peço é que apareçam mais, que ajudem o Infesta para uma viragem que irá acontecer daqui a um ano com a saída do nosso presidente e que se aproximem mais assistindo aos jogos, que se façam de sócios e que futuramente até possam participar numa nova Direção e que ajudem o clube a crescer.

Filipe Dias
SITIO OFICIAL DO INFESTA

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