Oitavos de final da Taça de Portugal
Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)
Leça 1-1 Paredes (6-5 g.p.)
Ao intervalo: 1-1
No final do prolongamento: 1-1
Marcadores: Nani (27’), Ismael (41’, g.p.). Nos penáltis, marcaram para o Leça Diogo Ramalho, Rui Bruno, Luís Neves, David Calderón, Nuno Barbosa e Gustavo Galil. Para o Paredes marcaram Henrique, Gil Barros, Rúben Pereira, Joel Barbosa e Nilo.
Ação disciplinar: Cartões amarelos para Amadeu (9’ e 118’), Jorge Monteiro (33’), Francisco Afonso (70’), Milhazes (86’), Diogo Ramalho (86’), Nani (97’), Luís Neves (107’), Rúben Pereira (nos penáltis). Vermelho para Amadeu (118’).
Leça: Gustavo Galil; Joel Mateus, Materazzi, Rui Bruno, Álvaro Milhazes (David Calderón, 120’); Henrique, Diogo Ramalho, Luís Neves; Jorge Monteiro (Nuno Barbosa, 64’), Nani (Paulo Lopes, 107’), Miguel Lopes (Aboubacar Katty, 64’).
Treinador: Luís Pinto.
Paredes: Marco; Francisco Afonso (Piquet, 77’ [Joel Barbosa, 110’]), Amadeu, Henrique, Gil Barros; Tavares, Ema; Ismael, Hélder Pedro (Andrézinho, 68’), Pedro Correia (Rúben Pereira, 110’); Madureira (Nilo, 68’).
Treinador: Eurico Couto.
O Leça faz história e está entre os oito melhores clubes da prova rainha da Taça, onde Gustavo Galil agigantou-se mais uma vez e foi o herói leceiro ao marcar a grande penalidade decisiva.
Gustavo Galil voltou a vestir o fato de herói como Ricardo no Euro'2004 em 24 de junho desse ano, no Estádio da Luz, em Lisboa, com a Inglaterra e após defender duas grandes penalidades, bateu a bola que levou os leceiros à próxima fase da prova.
"Fui eu que pedi para marcar. Era a sétima cobrança e vi uma indecisão muito grande no meio-campo para ver quem ia cobrar. Estava muito confiante, preparado e tinha treinado durante a semana. Na hora em que vi ali aquela indecisão e ninguém queria bater, falei eu. Pude ser feliz e ajudar a equipa", revelou aos jornalistas.
Com este triunfo o Leça continua com o sonho da Taça e alcança dois feitos.
Igualando a sua melhor prestação de sempre na Taça de Portugal 26 anos depois de 1995 e o que nenhuma outra equipa conseguia desde 99/2000, representar o quarto escalão do futebol nacional nesta fase da prova, igualando o feito do Dragões Sandinenses.
Em relação ao jogo com o Espinho Luís Pinto colocou em campo dois novos elementos: Gustavo Galil e Jorge Monteiro nos lugares de João Pinho e Nuno Barbosa.
Num jogo que teve a presença do VAR e que foi equilibrado, a formação leceira começou melhor a partida quando logo aos três minutos Miguel Lopes remata ao ferro. O extremo português recebeu, virou-se para a baliza e encheu o pé, onde só a barra impediu o que seria um golaço.
A formação leceira com mais bola no jogo, tinha qualidade e critério na maneira como conduzia os seus ataques ofensivos. Só quando tinha certeza é que os jogadores leceiros faziam os passes, perante um Paredes que se bateu com boas armas, com qualidade defensiva.
Vários jogadores do Leça foram peças-chave nos momentos ofensivos e defensivos, com várias combinações pelos corredores laterais e com qualidade técnica com a bola.
Luís Neves aos 11 a rematar e a bola a sair ligeiramente por cima e Miguel Lopes aos 21 a atirar em jeito e Marco Ribeiro a jogar pelo seguro.
O Leça com mais bola, fez o seu trabalho de casa, com os lances de bola parada bem estudados, perante um Paredes que juntava bem as linhas e não permitia à formação leceira criar o jogo fluído que pretendia.
O Paredes só respondeu aos 24 minutos quando Ismael desmarcou Correia na área com um toque de primeira e a bola a passar rente ao poste.
O golo leceiro que vinha a merecer acabaria por chegar após o primeiro lance de perigo da formação orientada por Eurico Couto.
Aos 26 jogada em que o Leça através de bola parada, com Luís Neves a bater a bola para a área onde surgiu Nani a rematar de primeira, com a bola a acabar por desviar num defesa e por entrar na baliza de Marco Ribeiro.
Uma enorme explosão de alegria numa casa composta por uma bela moldura humana, apesar do horário do jogo.
A formação de Paredes acusou o golo durante alguns minutos, mas conseguiu equilibrar a partida e ter mais bola e chegar mais vezes ao último terço. Começou a criar mais espaço e os extremos a pressionar mais um bocadinho.
A vantagem leceira durou 10 minutos, quando Amadeu que conseguiu desviar em esforço uma bola que saiu ao lado, o VAR analisou um possível penálti a favor do Paredes.
Num lance que passou ao lado de João Gonçalves, o VAR viu um braço na bola de Henrique Martins na área do Leça. Após vários minutos de suspense, foi ordenada a marca da grande penalidade, com Ismael na marca dos 11 metros com frieza a empatar a partida aos 41 minutos.
O Paredes passou por um duplo calafrio até ao final da primeira parte, quando num livre estudado do Leça, Marco Ribeiro fez uma grande defesa e na recarga Pedro Ribeiro deu o corpo às balas e cortou para canto.
O VAR analisou se havia possível mão na bola na sequência do lance anterior, com o árbitro a mandar seguir, mas o lance deixou muitas dúvidas se seria ou não grande penalidade a favor do Leça.
Numa bela primeira parte de futebol, aonde se promoveu a qualidade que existe no Campeonato de Portugal, a segunda foi muito menos emocionante, com a bola mais longe das balizas e jogada maioritariamente a meio-campo.
O Paredes mais estabilizado, soube encontrar a zona de confronto, defender em bloco baixo e apostar nas transições rápidas.
O Leça apesar de ter mais bola, não tinha muita velocidade nos processos ofensivos e nem criava lances de muito perigo.
Ambas as formações tinham mais medo de sofrer um golo e cair na eliminatória. Arriscou-se muito pouco, onde se contam as oportunidades de golo pelos dedos de uma mão.
Aos 60 pelo Paredes Ismael recebeu de Tavares dentro da área, driblou um adversário e rematou em jeito. Saiu ligeiramente por cima.
Aos 75 pelo Leça Buby Katty recebeu na direita da área do Paredes, puxou para o pé esquerdo e rematou. Marco Ribeiro encaixou.
O lance de verdadeiro perigo ocorreu aos 89 quando Luís Neves tentou o livre direto e a bola ia em direção aonde a coruja more, mas Marco Ribeiro fez uma grande defesa.
Sem muita surpresa, o jogo foi para prolongamento, onde a primeira parte foi praticamente idêntica aos segundos 45 minutos do tempo regulamentar.
Nos segundos 15 minutos do prolongamento, os últimos minutos foram frenéticos, onde a formação do Paredes acaba por ser mais pressionante e o Leça não esteve tanto no meio-campo defensivo do adversário.
Teve aos 117 uma soberana oportunidade a equipa de Eurico Couto para marcar quando Rúben Pereira rematou no coração da área e Galil fez uma grande defesa.
Aos 119 Amadeu viu o segundo amarelo por travar um contra-ataque e acabou por ver o vermelho. Com uma atitude digna do capitão do Paredes, que após ser expulso, cumprimentou o árbitro da partida.
"Até estava a dizer para deixarem ir o Gustavo que isto acabava. Senti-o mesmo confiante. É um jogador que confia muito nas suas capacidades. Quando vi que ele ia bater, fiquei muito confiante", vincou o técnico Luís Pinto à comunicação social no final do jogo.
Fonte da Foto: Leça FC
Diogo Bernardino
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