O treinador Hélder Ribada com vários anos no futebol de formação, não vai continuar no clube na próxima época, não tendo chegado a acordo, em entrevista exclusiva ao Mitchfoot.
Com passagem por vários escalões no futebol de formação do Leixões (Sub 6, Sub 7, Sub 11, Sub 13 (Futebol 9), Sub 13 (Futebol 11), Sub 15, Sub 16), Hélder Ribada deixa o Leixões após 3 anos e 11 meses ao serviço do clube.
MF - Depois de várias épocas a treinar o Leixões está de saída do clube. Que razões o levaram a tomar esta decisão?
HR - Esta decisão foi muito ponderada, a principal razão que me leva a não continuar no Leixões, deve-se essencialmente ao facto de achar que a proposta apresentada não vai de encontro às minhas expectativas. Estive no clube vários anos, treinei quase todos os escalões. Acho que chegou a altura de reflectir e abraçar outro projecto.
MF - Alguma vez pensou que pudesse vir a estar tanto tempo no clube?
HR - Sinceramente não pensei nisso. Jamais fiz planos a longo prazo, na vida de treinador sabemos quando chegamos, mas não sabemos quando saímos. Quando ingressei no clube, tinha terminado de jogar há pouco tempo e estava inscrito no curso de treinador (que entretanto conclui), vinha com a ilusão de defender as cores do Clube. As coisas correram bem, os resultados do trabalho apareceram e o desenvolvimento dos atletas foi muito bom.
MF - Guarda bons momentos nesta sua passagem pelo Leixões ?
HR- Claro que sim. Guardo as amizades criadas, a este nível acho que o melhor que o futebol nos dá são as pessoas e nesta passagem pelo Leixões conheci algumas pessoas fantásticas e que estimo muito. Guardo histórias fantásticas, vividas com os meninos/jovens/homens que comigo conviveram, para além dos momentos de aprendizagem que todos eles me proporcionaram.
Este é o ponto principal, podíamos falar da organização defensiva, do bloco baixo, nos momentos de controlar em que encurtamos o espaço ao adversário, até mesmo da interpretação e disponibilidade no momento do pressing ou da organização ofensiva que envolve os laterais, libertando os médios em espaços interiores... Podíamos falar mas para mim o treino /jogo só é produtivo se houver "paixão" e nós conseguirmos transmitir isso aos atletas.
MF - Em termos desportivos que balanço faz?
HR - Em termos desportivos o balanço que faço é positivo, pois cumprimos com o que nos foi pedido. Sou um Treinador que gosta de "pressão e exigência" Durante estes anos as “minhas” equipas lutaram sempre pelo resultado, fomos sempre equipas com um ADN Leixões muito presente e bem vincado... Dizia muitas vezes aos jogadores que "podíamos estar a jogar de amarelo ou laranja, mas quem nos visse na bancada, sabia imediatamente identificar que ali estava o Leixões.
Tentámos sempre jogar um futebol positivo. Ajudámos a potenciar jogadores e são vários os exemplos, acima de tudo, ajudámos a formar jovens. Saio com a consciência de dever cumprido.
MF - Já tem algo em vista para a próxima temporada?
HR - Neste momento estou em reflexão. Não estou obcecado e não vou treinar só por treinar. Gostava de ingressar num projecto sustentado. Posso dizer que, felizmente, já houve vários contactos (entre escalões de iniciados a juniores), o que me deixa extremamente satisfeito, uma vez que as pessoas estão atentas e reconhecem o trabalho realizado...constato que realmente são conhecedores do nosso trabalho. Vou ponderar e decidir em consciência.
MF - Há algo mais que queira acrescentar?
HR - Quero agradecer a todos desde os massagistas a directores que trabalharam comigo ao longo destes anos. Quero agradecer aos meus adjuntos que são importantíssimos. Essencialmente agradecer aos atletas. O professor Manuel Sérgio diz muitas vezes nas suas intervenções "não há fintas, há homens que fintam. Não há chutos, há homens que chutam. Os atletas são seres humanos...a vertente humana tem que estar sempre presente" Finalmente, quero agradecer ao Leixões por ter sido possível trabalhar num dos maiores clubes no futebol de formação de Portugal.
Fonte da Foto: DR
Diogo Bernardino