"Contratamos um treinador que, em condições normais, é incomportável para o Leixões em termos financeiros, mas sabíamos a história, passado e competência dele. Vai continuar connosco e, dentro da nossa realidade orçamental e sem colocar em causa o futuro, vamos honrar os pergaminhos do Leixões, olhando sempre para os lugares cimeiros", descreveu André Castro.
Sobre a estratégia para a próxima temporada, o dirigente afirmou que "em termos futuros, temos de ter sempre em conta o processo Jogo Duplo" e que enquanto a decisão não for conhecida, promete "que nenhum sócio do Leixões, com as quotas em dia, pagará para ver os jogos em casa", descrevendo quais os projetos para o futuro do clube.
"Estamos a desenvolver um projeto para fazer com que Matosinhos seja sinónimo de Leixões e vice-versa. Voltar a aproximar o clube da cidade, escolas, instituições, etc. Estamos, também, a trabalhar na criação de um novo órgão consultivo, com várias figuras da cidade e do Leixões, bem com um departamento de mística. Teremos de voltar a ser, reconhecidamente, a bandeira da cidade. Pretendemos que o projeto de marketing seja trabalhado em conjunto com o clube para criar uma marca muito forte", disse.
André Castro descreve que apesar do principal objetivo desportivo ter ser conseguido, foi uma época atípica, devido a um "notório decréscimo de investimento em relação à época passada", que mesmo assim foi "um pouco além das possibilidades, pois é impossível o Leixões pagar vencimentos astronómicos por jogadores".
O máximo dirigente da SAD leixonense deu a conhecer que vários dos 17 jogadores jovens que assinaram contrato profissional vão fazer parte do plantel na próxima época, sendo que alguns vão ser emprestados, afirmando que o clube "tem de vender, para cumprir com as suas obrigações".
"Entre impostos e PER, temos um milhão de euros para pagar por época, quando as receitas diretas não chegam ao milhão e meio. Sem vendas é impossível. Temos de caminhar para chegar ao ponto em que valorizamos os jogadores sem ter de os vender", expressou.
André Castro descreve que pretende "mais ações e menos palavras" e que sente "alguma apreensão" a situação das obras em redor do Estádio do Mar.
"Percebemos o projeto imediato, que passa pela construção de uma nova bancada, mas, no nosso entender, o problema dos clubes é pensar no imediato e não a longo a prazo. No passado, o que aconteceu ao Leixões foi preocupar-se com o imediato, alienando património ano após ano, o que fez com que o clube ficasse cada vez mais pobre em termos de infraestruturas. Este cenário enfraqueceu o Leixões desportivamente, sobretudo na formação que era a sua maior riqueza", manifestou.
André Castro vê as críticas dos adeptos de forma construtiva, frisando que "se não quisesse ser criticado, não poderia ser presidente do Leixões"
"Mas quem me conhece, sabe que essas críticas são a minha motivação para fazer mais e melhor. O futebol sempre foi a minha paixão e nunca o vi como apenas um negócio. Recentemente, criamos a ´Voz do adepto´ para esclarecer todos os sócios e adeptos de assuntos relevantes do Leixões. Queremos, acima de tudo, transparência. Uma mentira muitas vezes repetida não pode ser encarada como verdade. Ainda agora, falaram que tínhamos ordenados em atraso. Uma absoluta mentira. Se há algo que nos orgulha é todos os nossos funcionários irem de férias com os vencimentos em dia", informou.
Salienta que está a ultimar os últimos pormenores num projeto que pode ser o futuro do Leixões.
Fonte da Foto: Leixões SAD
Diogo Bernardino
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