DESERTO DE IDEIAS NA SEGUNDA PARTE FOI DECISIVO

Estádio do FC Vizela

9.ª Jornada da II Liga Portuguesa

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)

Vizela 2-1 Leixões

Ao intervalo: 1-0

Marcadores: Samu (42), Koffi Kouao (77), Nenê (90+5)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Matheus Costa (26), Koffi Kouao (36), Pedro Pinto (89)

Vizela: Pedro Silva, Kiki, Aidara, Matheus Costa, Koffi Kouao, Marcos Paulo, Evrard Zag, Kiko (Tavinho, 58), Samu (Cardozo, 90+1), Francis Cann (Ofori, 90+1) e Diogo Ribeiro (Cassiano, 75)

Treinador: Álvaro Pacheco

Leixões: Beto, Edu Machado (Belkheir, 60), Pedro Pinto, Brendon, Rafael Furlan, Christophe Nwudarugira (Paulo Machado, 79), Jota Garcês (Rui Pedro, 45), Joca (Bruno Monteiro, 66), Avto (Jota Silva, 60), Jefferson Encada e Nenê

Treinador: João Eusébio

O Leixões que esteve melhor na primeira parte foi um deserto de ideias nos segundos 45 minutos, perante uma equipa competente, mais intensa e mais agressivo do Vizela, voltando assim às derrotas no campeonato.

O segredo do jogo esteve no meio-campo do Vizela que com coesão e boa organização era um colete de forças não deixando a formação leixonense explanar em campo o seu jogo.

No vocabulário popular, diz-se que em equipa que ganha não se mexe, e isso foi o que aconteceu com João Eusébio a apenas realizar uma alteração em relação ao último encontro com o Benfica B com o regresso de Brendon ao onze inicial, no lugar de João Pedro.

A formação do Mar esteve por cima das operações do jogo na primeira parte, com excelentes oportunidades, fruto de uma boa organização defensiva, pressionando de forma asfixiante os jogadores da linha defensiva do Vizela, não deixando os conseguir criar jogadas na primeira fase de construção.

Nenê é um livro aberto de oportunidades para a formação de João Eusébio, um ponta de lança que facilmente consegue construir jogo, vindo ajudar por várias vezes a linha do meio-campo leixonense ao criar desmarcações e passes em profundidade com qualidade, além da diversidade de lances para golo que efetua. Nenê está a melhorar e até ao momento é o reforço que tem mais influência no Leixões, juntamente com Beto.

Foram dos pés do brasileiro que chegaram os primeiros lances de perigo quando aos três minutos Nenê teve uma oportunidade soberana para marcar após um passe de desmarcação de Avto, a rematar muito por cima da baliza de Pedro Silva e aos nove depois de um cruzamento de Edu Machado atento e perspicaz a por à prova Pedro.

Num jogo disputado a meio-campo, o Leixões tinha espaço na zona mais recuada para efetuar perigo, mas defrontava uma equipa boa e criativa com várias formas para alvejar o adversário e teve as suas oportunidades por Cann aos quatro e por Zag aos 19.

O lateral Edu Machado tinha duas missões para cumprir ao longo do jogo, sendo que além de ser um lateral ofensivo para colocar a bola no coração da área através de cruzamentos, mas também travar Francis Cann, um jogador velocista e que varia muito pelo terreno.

Num encontro competitivo e intenso, apesar de não ter havido vários lances de perigo, sendo que Pedro Pinto e Brendon a controlarem a profundidade, com uma disputa acérrima da bola.

O Vizela tentava alvejar a mira à baliza e aos 42 chegaria ao golo, no maior lance da formação da casa, Samu marcou um belíssimo golo após uma excelente tabela com Kiko e de forma colocada pôs a bola no fundo das redes de Beto.

No início da segunda parte, Rui Pedro entrou em jogo para o lugar de Jota Garcês, mudando de tática para o 4x4x2. 

O guarda-redes internacional português Beto esteve com queixas ao longo dos segundos 45 minutos no lado esquerdo da perna, mas ia travando o ímpeto ofensivo da formação vizelense.

O Vizela com mais critério com e sem bola controlava o jogo e criava um manancial de oportunidades, graças à alteração de posicionamento de Marcos Paulo no jogo que foi determinante.

Aos 59 Diogo Ribeiro e Samu quase chegaram ao golo, quando Beto e Brendon travaram a possibilidade da bola entrar no fundo das redes. Aos 81 Cassiano com Beto a ter uma ajuda do poste, aos 83 Cann, aos 87 Koffi tiveram oportunidades para marcar.

O Vizela chegava à área quer pelo contra-ataque, quer pelo ataque organizado e não tinha problemas em rematar de meia distância para chegar ao golo.  

O Leixões na segunda parte não conseguia realizar uma saída de bola limpa, segura e incisiva, teve um número anormal de passes e interceções perante um opositor mais intenso, que ganhava duelos e segundas bolas.

O Leixões não conseguia arranjar soluções. Nenê e Rui Pedro não tinham bola, os extremos Belkheir e Jota Silva não conseguiram ter jogo interior nas alas e os médios tiveram de estar próximos dos defesas para travar os ataques do Vizela e iniciar o contra-ataque.

Mesmo com a injeção da entrada de Jota Silva, Belkheir, Bruno Monteiro e Paulo Machado, o Leixões simplesmente não conseguia ter bola e realizar jogadas. Os jogadores que estiveram bem no encontro com o Benfica B neste jogo não entraram bem.

Aos 77 o Vizela ia chegar ao segundo com o lateral Koffi Kouao com uma excelente arrancada não pede licença e como um Porsche passa por todos os adversários chega ao último terço e bate sem dificuldades Beto.

O desgaste dos jogadores leixonenses estava a notar-se, nem com Encada como lateral ofensivo os 'bebés do mar' conseguiam chegar aos últimos 30 metros.

O Leixões ganhou um balão de oxigénio nos últimos cinco minutos, tentando chegar ao empate, sendo que aos 90+3 Belkheir ganha uma bola rechaçada e o avançado franco-argelino não aproveitou para reduzir, mas foi da cabeça de Nenê que chegou o golo leixonense.

Aos 90+5 Nenê com um cabeceamento fuzilante após um cruzamento de Encada, terceira assistência para golo, colocou a bola no fundo da baliza, fazendo assim o quatro golo no campeonato e na época. O reforço que mais golos tem dado ao conjunto de João Eusébio. 

10.º Golo do Leixões no campeonato, o segundo de cabeça, o quinto de bola corrida, o terceiro depois do minuto 90.

O Leixões SC sofre golos há oito jogos e ainda não ganhou fora nesta edição da Liga (dois empates e três derrotas).

O Vizela volta aos triunfos cinco jogos depois, e reverte as três derrotas consecutivas.    

O Leixões não vai ficar na linha vermelha da tabela, desce uma posição esta jornada, fica em 12.º lugar com nove pontos e depois de uma semana de descanso para compromissos da seleção nacional regressa à Taça de Portugal para o encontro no terreno do Oriental Dragon do Campeonato de Portugal, no fim de semana de 21 a 22 de novembro.

Fonte da Foto: Duarte Rodrigues

Diogo Bernardino