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terça-feira, 7 de abril de 2020

ÚLTIMA HORA: LEIXÕES VAI AVANÇAR COM O LAY-OFF

O presidente da SAD do Leixões Paulo Lopo revelou que o clube vai avançar com o pedido de lay-off depois de não ter havido acordo entre a Liga e o Sindicato, revelou à SPORTTV.

"O Leixões esteve em sintonia com a Liga e com a Federação, na tentativa de chegar a um acordo com o Sindicato. O prazo que estava estabelecido era o dia 06 de abril, pediram-nos mais um dia e nós concedemos. Como não houve um acordo por parte da Liga, Federação e Sindicato, vamos avançar com o lay-off", apresentou.

O presidente da SAD dos 'bebés do mar' mencionou que as vendas são "uma das maiores receitas" do clube e que se o clube vivesse só do dinheiro da televisão "não tínhamos a mínima hipótese de sobreviver".

"Nós estamos impedidos de exercer o nosso negócio que é jogar futebol e o negócio por um todo carece de ter jogadores em campo a jogar futebol porque uma das maiores receitas que nós temos é a televisão mas também as vendas. O Leixões é um clube muito vendedor e habitualmente faz boas transferências no mercado e sem haver futebol não há vendas", mencionou.

"Quando fazemos o orçamento, o presidente do sindicato vem dizer que pagando a televisão que todos nós temos de prestar as nossas obrigações para com os jogadores, se nós vivêssemos do que a televisão paga não tínhamos a mínima hipótese de sobreviver. A televisão é uma fatia considerável, mas as vendas são fundamentais", descreveu.

Este afirmou que todos os clubes tem de "colaborar para esta crise" para reerguer economicamente o futebol.

"Temos de ter uma previsão daquilo que é normal vender e nestas condições não somos capazes de vender e por isso todos os clubes tem de aderir ao lay-off, porque todos temos de colaborar para esta crise, não devem ser só os jogadores a pagar a crise, mas também não devem ser só os clubes e empresas a pagar a crise. O jogador de futebol tem a obrigação de abdicar de uma parte do orçamento na reestruturação económica do futebol", realçou.

Paulo Lopo frisou que vai haver um futebol completamente diferente depois da pandemia, com um rigor que "vai ser muito maior".

"Penso que vai mudar muito o futebol e porque nós fazíamos previsões e trabalhávamos sobre pressupostos que vivíamos num clima seguro. Há muitos anos que não havia uma guerra com uma grandeza destas na Europa. Percebemos que há um amanhã em que pode parar todo por causa de um outro COVID que venha a aparecer. O rigor vai ser muito maior, mais nos clubes da Segunda Liga, porque nos últimos dois a três anos houve um agravamento muito grande nos ordenados que se pagam das vendas que se conseguiam fazer", esclareceu.

O regresso ao trabalho para o Leixões, os jogadores que fizerem parte do plantel vão ter de reduzir o seu ordenado em 33%, sendo que a SAD assegura dois terços dos ordenados dos futebolistas (66%).

No lay-off, a empresa pode beneficiar deste apoio financeiro durante um mês, período que poderá, excecionalmente, ser prorrogado mensalmente, até ao máximo de 3 meses.



Fonte da Foto: DR


Diogo Bernardino

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