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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

ÂNGELO SILVA "ajudar a potenciar GR é para mim gratificante"

Ângelo Silva, 34 anos, natural de Folgosa-Maia, Treinador GR no Desportivo Leça do Balio, operador de máquinas na empresa Socitrel é hoje o nosso convidado, para falar sobre o significado “treinador de guarda-redes “ 

MANUEL SÁ - Pergunta típica, o que o levou a ser treinador de guarda-redes? 

ÂNGELO SILVA- Porque a minha grande paixão é a baliza! Fui GR e nunca tive treino especifico o que me prejudicou imenso na minha formação e nesta perspectiva poder ajudar a formar e potenciar GR para mim é gratificante. Ainda estou a dar os primeiros passos como treinador GR mas tenho aprendido muito com pessoas mais experientes na área e claro com todos os meus GR´s. 

MS - Como define um treinador de guarda-redes? 

 AS - O treinador de GR é alguém que revela acima de tudo paixão pela posição GR, que domine toda parte técnica e táctica que se impõe à posição. Também assumimos uma certa faceta de psicólogos pois o segredo do sucesso de um GR depende muito do seu estado emocional. O nosso trabalho não é muito valorizado pelos clubes mas penso que esse estigma tende a desaparecer face ás exigências do futebol moderno. 

MS - Como treinador de guarda-redes, como pensar e executar um treino de guarda-redes de formação? 

AS - Na formação os treinos são planeados em função da idade. Entre os 6 e os 12 o treino requer que o GR aprenda agarrar a bola, a cair ao chão e pouco mais que isso, daí em diante intensifica-se de forma gradual os aspectos técnicos e tácticos tendo sempre em conta as limitações de cada GR´s. 

MS - Em termo de guarda-redes, entre a formação e sénior existe grandes diferenças, quais as mais relevantes? 

AS - Existe claro grandes diferenças, se na formação tens sempre a preocupação de trabalhar com vários níveis de intensidade, com exercícios variados para que todos possam superar as suas dificuldades, no escalão sénior a intensidade é só uma embora também existam também algumas limitações a trabalhar só que a maturidade permite resultados a curto prazo. Porém no escalão de juniores os grs já trabalham quase com a intensidade de um sénior 

MS - Um guarda-redes passa de herói a vilão em escassos minutos, o facto de ter evitado 5 golos e fazer grandes defesas, cai por terra se sofre um “frango” o que geralmente faz num caso destes? 

AS - Eu costumo dizer aos meus gr no momento para levantarem a cabeça e esquecerem o que é difícil porém naquela hora temos que os apoiar e incentivá-los para o que resta do jogo. Posteriormente ao jogo apelo a que reflictam no lance e que tentem detectar o que falhou e como melhorar. Quanto ao facto de passarem de bestiais a bestas em segundos isso não me incomoda e para eles a única opinião que conta é a dos seus treinadores. Os ditos frangos não são mais que más decisões, com os jogadores as más decisões são bem mais frequentes seja em que posição for. 

MS – Que conselho quer deixar aos jovens guarda-redes? 

AS - Aos guarda-redes aconselho-os a viverem e desfrutarem da genialidade que são. Nem todos tem este dom por isso tentem ser mais e melhores e nunca se deixem vencer pelas adversidades. Somos sempre guarda-redes em qualquer área da nossa vida pois os valores éticos e morais permanecem connosco! 

Entrevista conduzida por Manuel Sá 
Editada por Mário Mitch

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