Estádio do Mar, Matosinhos.
4ª Eliminatória da Taça de Portugal
Árbitro: Nuno Almeida
Disciplina – cartões amarelos: Thiago Santana, 36’, Luís
Silva, 43’, César, 54’, Pedro Pinto, 58’ e 89’, André Claro, 64’, Carlos
Júnior, 85’. Vermelhos: Pedro Pinto, 89’.
LEIXÕES SC 1 CD SANTA CALARA 4
Ao intervalo: 0-2 Golos : Zé Manuel, 32’, Zaidu, 44’, Carlos
Júnior, 49’ e 80’, Pedro Pinto, 86’.
LEIXÕES: Ivo, Rui Silva, Bura, Pedro Pinto, Vítor Bruno;
Amine, João Graça (Poloni, 60’), Luís Silva, Braga (Júnior Sena, 45’); André
Claro, Enoh (Harramiz, 45’). Treinador, Carlos Pinto.
SANTA CLARA: André Ferreira; Zaidu, César, João Afonso,
Rafael Ramos; Rashid (Bruno Lamas, 64’), Francisco Ramos, Nené; Carlos Júnior,
Zé Manuel (Ukra, 53’) Thiago Santana (Schettine, 74’). Treinador, João
Henriques.
Num duelo entre treinadores que já estiveram nos bancos
opostos, a primeira parte mostrou um Leixões mais aguerrido, mas um Santa Clara
letal aproveitamento quando parecia adormecido. Assim surgiu uma vantagem
açoriana de dois golos ao intervalo. O terceiro golo, logo no reatamento, seria
sapatada cruel nas aspirações do Leixões. Mas isso seria bem depois de um filme
que não parecia adivinhar um 0-3 no marcador antes da hora de jogo. Do minuto
50. Tudo porque o Leixões entrou mais ativo, a ocupar mais o meio campo
ofensivo. O Santa Clara foi mais expectante, porém perigoso nas aproximações à
baliza contrária. Indício disso foi a ocasião de Carlos Júnior ao minuto
quatro: um remate mais colocado bateria Ivo, que se opôs em bom plano. O
Leixões não sentiu o susto e respondeu ao ataque. Sobressaíram as incursões dos
laterais, sobretudo pela direita: Rui Silva dobrou os trabalhos a Zaidu e ao
central mais próximo, João Afonso. A povoação à frente valeu quatro cantos nos
primeiros 17 minutos. Faltou tirar dividendos. Apesar de várias vezes encostado
atrás, o Santa Clara espelhava confiança e tranquilidade. Como quem sabe o
momento certo para ferir o adversário. O aviso foi deixado por Thiago Santana
ao minuto 25, num remate a rasar o poste. Depois, na sequência do primeiro
canto a favor, Zé Manuel apanhou a bola num remate soberbo à meia volta e bateu
Ivo. O marcador mexeu pela primeira vez ao minuto 32 e precipitou, em parte, o
que aí vinha. Em parte, porque foi na desvantagem que o Leixões acentuou
perigo. Para negar o empate surgiu um até então escondido André Ferreira:
enorme o guardião do Santa Clara, única novidade em relação ao jogo com o
Benfica, a parar o remate de Vítor Bruno e um desvio para golo certo de Luís
Silva ao segundo poste. Do primeiro, surgiu o lance mais polémico: Rashid
pareceu cortar com o braço um remate de André Claro, mas o árbitro Nuno Almeida
mandou seguir. Antes do intervalo, o Santa Clara fez por respirar melhor no
descanso: Zaidu arrancou um cruzamento com tudo a que Rashid teve direito para
carimbar o segundo golo açoriano.
A verdade é que se a plateia do Mar esperava uma reação ao
rombo da primeira parte, o Santa Clara, apoiado por cerca de 20 adeptos nas bancadas,
fez questão de tirar chama à expectativa da decisão do apuramento: Carlos
Júnior lançou-se pela esquerda do ataque e Ivo foi batido pela terceira vez. Carlos
Pinto tinha lançado Júnior Sena e Harramiz para o segundo período e colocou
depois Poloni, mas o 0-3 amaciou a estratégia do Leixões, travado, sobretudo,
na capacidade de antecipação dos centrais João Afonso e César e também em André
Ferreira: antes da hora, voou para impedir André Claro de reduzir. João
Henriques geriu o jogo como quis com a vantagem e a nota mais preocupante foi
mesmo a saída de Zé Manuel, agarrado à coxa esquerda. A primeira parte corajosa
e positiva do Leixões esfumou-se com o tempo e o Santa Clara, com total
harmonia entre setores – nota para o entrosamento de Ramos, Rashid e Nené ao
meio - ainda teve tempo para o quarto golo e o bis de Carlos Júnior, ao minuto 80.
O Leixões ainda reduziu por Pedro Pinto aos 86, mas até o bem veio com mal: o
central seria expulso ainda antes do apito final.
Foto DR