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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

LUÍS SILVA - ENTREVISTA AO NOTÍCIAS DE MATOSINHOS

Aqui fica uma entrevista na íntegra do jornal Notícias Matosinhos deste mês de Fevereiro.
Começou cedo no futebol sendo hoje considerado um caso sério neste mundo. Fez toda a sua formação no clube matosinhense e hoje veste a camisola do Leixões pela equipa sénior.

O ano passado foi um ano marcado por alegrias - foi chamado à Selecção Nacional de Sub-20 - mas também foi um ano de tristeza, pois Luís perdeu aquele que é o seu grande ídolo, o pai. “Isto começou quando eu tinha para aí seis, sete anos e jogava à bola no ringue ali perto da igreja do Senhor do Padrão” relembra Luís. A simplicidade com que fala faz com que a entrevista se desenrole em tons de conversa, “um dia o sr. João Faneco viu-me a dar uns pontapés na bola e falou com o meu pai”. Começava assim a carreira desta jovem promessa. Daí a ingressar no Leixões SC não foi preciso muito, “quando tinha oito, nove anos, fui para o Leixões, o único clube em termos oficiais que tive”.
O orgulho leixonense é patente durante a conversa, “tenho 19 anos e 13 deles passei-os a jogar no Leixões, por isso é como se fosse a minha segunda casa”. O carinho com que fala desta casa, fá-lo de uma forma especial, “sinto- me membro da família leixonense, porque cresci lá e sinto-me acarinhado pelas pessoas de lá”. O ano que passou foi um ano de muitas emoções para este jovem médio do Leixões. O ano em que é chamado pela primeira vez à selecção foi o ano em que Luís Silva perdeu o seu mentor, o pai. “O meu pai era a pessoa com quem eu desabafava tudo sobre o futebol, as coisas boas, as coisas más, apoiava-me sempre em tudo” recorda. O facto de o pai também ter sido jogador, embora não como profissional, fez com que acompanhasse sempre de perto o filho, “há muita gente que diz que somos muito parecidos a jogar futebol e isso para mim é um motivo de muito orgulho, porque tudo o que sou hoje, em grande parte em termos desportivos, devo-o ao meu pai”.

A acabar o 12º ano de um curso em parceria com o externato Santa Clara e o Leixões SC, Luís Silva tem os “pés bem assentes na terra”. “Numa carreira de jogador de futebol profissional, o difícil não é chegar lá, o difícil é manter e para isso temos que trabalhar arduamente, diariamente”, assume. Sobre o futuro, Luís Silva é peremptório, “estar no Leixões para mim é um grande orgulho, sou matosinhense e sou leixonense desde miúdo” destaca, “claro que um dia gostava de jogar noutro grande clube como qualquer jogador de futebol, mas o Leixões é uma boa montra para os jovens, é um clube com muita história e com muitos pergaminhos, por isso para mim é benéfico ter começado no Leixões e espero continuar por alguns anos”.
Sobre a actual situação do seu clube do coração, Luís destaca o trabalho do plantel, “o Leixões neste momento deve-se sentir muito orgulhoso do plantel que tem” destacando, “somos uma equipa, não valemos pelo individual mas sim pelo colectivo”. Orgulhoso é a palavra que usa para descrever a chamada à selecção, “era um sonho, qualquer miúdo da minha idade, qualquer português sonha representar a selecção e eu não fujo à regra”. Para Luís Silva, a sensação é “única, senti que estava a realizar não só um sonho meu como também do meu pai”.
Sonhos à parte, Luís agora só pede apoio à massa associativa, “neste momento os matosinhenses estão um pouco afastados do Leixões, mas acho que a equipa já deu provas de que esta equipa merece o apoio e que esta equipa merece que todos se unam em volta do Leixões”.

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