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sábado, 19 de setembro de 2020

"ESTA LEI ATROPELA DE FORMA VIOLENTA OS MAIS BÁSICOS PILARES DO ESTADO DE DIREITO"

Os grupos organizados de adeptos de vários pontos do país, que reuniram a 12 de setembro referem que o Cartão do adepto "atropela de forma violenta os mais básicos pilares do estado de direito", em comunicado.

"Esta lei atropela de forma violenta os mais básicos pilares do estado de direito em que, em teoria, vivemos. Liberdade de expressão, liberdade de associação, igualdade, acesso livre ao desporto. Este grupo está ciente do quadro legal aplicável e dos mecanismos que tem ao seu dispor, enquanto Cidadãos", pode ler-se no comunicado.

Os representantes das claques afirmam que estão contra a implementação do Cartão do adepto, descrevendo várias razões que justificam a decisão.

"A impossibilidade de aquisição deste cartão a menores de 16 anos (curiosamente a idade a partir da qual se pode ser chamado a juízo por delitos penais) condena a uma morte lenta e dolorosa a mística do uso de uma faixa, ou o som do rufar de um tambor para as próximas gerações. Nunca, em tempo algum, podemos admitir que seja, mais uma vez conotada de forma negativa a liberdade de expressão de quem escolheu apoiar o seu clube de pé, e de bandeira na mão. Nunca poderemos conceber que nos é vedado entrar de mão dada com os nossos filhos ou irmãos no nosso sector, porque levamos um megafone na mão" explicam.

"O único cartão que deve ser exigido a todos nós é simplesmente o cartão de cidadão. Em momento algum deixamos de ser cidadãos deste suposto Estado de Direito Democrático porque temos um estilo de vida diferente de tantos outros cidadãos, e como tal, não é o uso de um tambor que nos faz ser portador de qualquer outro documento, que além de tudo, é pago dos nossos bolsos. A nós, a quem tantos sacrifícios já faz em prol do seu clube. É esta a democracia que nos rotula a todos indiscriminadamente?", descrevem.

Os representantes mencionam que o cartão não vai "mudar a natureza do cidadão" e que "os grupos se espalhem pelos estádios, criando maiores riscos e problemas às forças de segurança" e que a criação de uma zona específica para os adeptos em questão "continuam a estigmatizar e a segmentar os adeptos".

No comunicado é referido que a iniciativa do Cartão do adepto "falhou em todos os países onde foi implementada" e que apostar nesta lei vai levar "ao decréscimo de público nos estádios e a crescente ausência da cor, emoção e mística que a todos faz vibrar".


Fonte da Foto: DR


Diogo Bernardino


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