Paulo Antunes, presidente da SAD do
Leixões, apresentou a demissão e comunicou que a equipa técnica, que é liderada
por Filipe Coelho, também está de saída do clube.
Comunicado:
Estimados Leixonenses:
Os resultados da equipa, numa
primeira fase, e por culpa essencialmente das arbitragens, não foram o espelho
das exibições em campo. Esse facto, devidamente documentado, foi já comunicado
às instâncias que regulam o futebol em Portugal. Teríamos hoje mais seis a oito
pontos.
Posteriormente, estou consciente que
a equipa oscilou em termos exibicionais, considerando que tal se ficou a dever,
essencialmente, à intranquilidade fruto da posição em que a equipa se encontrou
na tabela classificativa.
No que à equipa técnica diz respeito,
é meu entendimento, que cumpriu, exemplarmente, com o que lhe foi pedido pela
administração:
-Entre a opção de um jogo directo,
que não garante mais pontos, e que não valoriza jogadores, e de um jogo
trabalhado, de posse de bola e que evidenciasse o talento dos jogadores,
pediu-se que seguisse por este caminho.
-Entre a opção por jogadores
experientes mas sem margem de crescimento e ambição natural, e a de jogadores
jovens, com futuro pela frente que só a eles cumpre agarrar, optou-se pela
segunda.
Só assim, no meu entender, faz
sentido a existência desta Liga.
E só assim poderemos valorizar os
nossos maiores activos e ter o retorno financeiro que permitirá ao Leixões sair
da situação financeira em que se encontra, pelos seus próprios meios e pelo seu
próprio valor, sem se alienar nem criar dependências externas. No curto espaço
de tempo desde o início da época, foram várias e diversas as abordagens de
clubes da primeira liga que procuram informação sobre os nossos jogadores.
Tenho por estéril o objectivo de
obtenção de uma classificação suficiente que tenha como consequência o
incumprimento das obrigações financeiras. No limite, por esta via, a SAD, que
se encontra numa trajectória de sustentabilidade, entraria numa espiral de acumulação
de passivo, com consequências muito graves para o clube.
Sabemos (todos) do risco da opção
tomada.
Sou também absolutamente crítico da
tese de que os treinadores vivem de resultados: esta é a posição mais comum. E
a posição, que na sua medida, ajuda a contribuir para estado calamitoso da
maioria dos clubes de futebol.
O treinador vive de competência,
trabalho, dedicação, lealdade. E tudo isso esta equipa técnica tem de sobra.
Acho, por isso incorrecto, definir o
futuro de alguém pelo penálti marcado ou não marcado, pela expulsão bem ou mal
decidida, pela oportunidade falhada, pela bola na trave ou bola na rede. Um
projecto de futebol tem de ser muito mais do que isso.
Assim, se alguma critica há que
fazer, a mesma deve ser feita ao projecto iniciado, e a mim em primeiro lugar,
e não à equipa técnica que se limitou, neste ponto, a perceber e a treinar (e
bem), indo de encontro ao que lhes é pedido. Se alguma coisa falhou, foi o
projecto, e não o treinador que o compreendeu, acarinhou e trabalhou.
Por isso acompanho a equipa técnica
nesta demissão.
Comuniquei pois aos accionistas a
minha decisão de renunciar ao cargo de Presidente do Conselho de Administração
da Leixões SAD com efeitos imediatos.
Espero o apoio a todos a estes jovens
jogadores, alguns da formação, e que aceitaram vestir a camisola do Leixões
renegociando, em baixa, as suas condições salariais pelo amor e reconhecimento
que têm ao clube.
Acredito muito em todo o grupo de
trabalho e estou certoque os resultados vão aparecer.
Desejo toda a sorte do mundo à pessoa
que me suceda.
E igual sorte à equipa técnica
escolhida.
As maiores felicidades aos jogadores
- que grupo fantástico!!!
E todo o sucesso ao Leixões.»
Paulo Antunes»
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