Email enviado pelo leitor, João Manuel
Li um artigo publicado recentemente sobre os campeonatos distritais da A.F.Porto para 2013/14.
Devo dizer que jamais me passaria pela cabeça que só houvessem cerca de 20 equipas para a 2ª distrital.
Gostava de deixar uma opinião baseada numa reflexão mais ou menos cuidada sobre estes campeonatos.
O campeonato da Elite foi um exagero ter sido aprovado para 22 equipas e terem ficado todos os outros para 16.
Desde logo há uma grande diferença de jogos para as equipas, que dentro de uma Associação não devia ser feito, pela desigualdade.
Mas a Direcção da Associação tinha de ter estudado todo o panorama e ter visto que equipas poderiam sobrar (isto porque pode sempre haver mais entradas ou desistências até 20 de Julho - data limite de inscrições das equipas).
Mas se desistências são normais - e este ano será Ermesinde, o Atl.Vilar, o Aldeia Nova, o Marco B, entradas não se afiguram, pela crise que atravessamos e pelos elevados custos que a A.F.Porto pratica.
Aliás não se percebe como equipas que andam sistematicamente na 2ª distrital continuam na A.F.Porto, em vez de se dedicarem ao INATEL ou jogos concelhios.
Reparar que a Elite ficava com 20 equipas, a Honra e as 2 séries da 1ª distrital com 16 cada, restariam para a 2ª distrital muito poucas equipas para serem divididas por 2 séries, mas muitas equipas para 1 só.
A opinião já publicada que corre nas redes sociais sobre o possível alargamento da Honra e o fim da 2ª distrital parece-me uma óptima ideia.
Passo a expor:
Ter uma 2ª distrital com 1 séries de 10 ou 11 equipas? Erro tremendo.
Fazerem 18 ou 20 jogos é demasiado pouco.
A competitividade desaparece.
As pessoas não sentem motivação.
O campeonato acaba num abrir e fechar de olhos.
Ter uma 2ª distrital com 23 equipas?
Impossível. A Elite terá 22 e será um tremendo desgaste. Uma coisa demasiado pesada e vai aumentar e muito os custos. Imaginem deslocações das equipas do Marco/Baião a Gaia........ Numa 2ª distrital e a acontecer com regularidade seriam despesas que poderiam levar ao fim de muitas equipas.
Uma desvantagem importante para as equipas da 2ª distrital que nunca vi se discutir. O facto de estarem tão longe da Elite...O que torna desmotivante acreditarem que podem chegar ao topo. Haver apenas 3 divisões era mais ajustado, mais sensato e promovia competitividade. HAVER 4 DIVISÕES NA A.F.PORTO torna as coisas mais desmotivantes para quem está no fundo, para eventuais equipas que possam entrar e para aquelas que lá estão neste momento.
Quando se criam divisões, e séries dentro de divisões, é a pensar nas despesas. haver séries geográficas será para os clubes reduzirem custos. E as maiores dificuldades estão para os clubes que estiverem nas divisões mais inferiores. Quanto mais a baixo, mais difícil gerar receitas. Outra incongruência da AF Porto: Haver 2 séries na 1ª distrital e correr-se o risco de haver 1 só na 2ª distrital se entretanto houverem mais desistências e o nº de clubes se fixe em 17, 18 ou 19...
E se o nº se fixar em 17, 18 ou 19, a AF Porto vai criar a 2ª distrital com este nº? E será que faz sentido uma divisão (2ª) abaixo da outra (1ª) ter mais equipas logo mais deslocações, logo mais jogos, logo mais despesas? Não faz sentido a 2ª distrital ter mais jogos e mais equipas que a 1ª distrital? Ou faz? Claro que não.
Então o fim da 2ª distrital podia vir ao encontro das expectativas de todos os clubes. Porquê? menos divisões, mais fácil se subir, mais motivação. 1ª distrital a 3 séries, equipas mais próximas, mais derbis, mais gente, mais receitas. E se assim fosse a Honra teria de ser aumentada. Porque tal como explicado atrás não faria sentido a Honra ficar com 16, e as 3 séries da 1ª distrital com 18 ou 19 cada. Não faz sentido que uma divisão inferior tenha mais equipas que a superior. Por isso a Honra tinha de aumentar para 20 ou 22, para 18 nunca seria suficiente e o problema atrás explicado mantinha-se. Além disso ter a Honra nos moldes mais idênticos à Elite mostrava que se estava a ter um alinha de pensamento comum a todo o futebol distrital.
Neste cenário, a Elite e a Honra com 22 equipas (total de 44), sobravam cerca de 48 ou 50 equipas que seriam divididas em 3 séries na 1ª distrital de 16 ou 17 ou 18 equipas. Isto dava coerência, à medida que se iam descendo na pirâmide havia menos equipas. Além disso, na 1ª distrital havia muito mais jogos das equipas próximas. reparem numa série onde podiam estar quase todas as equipas do Marco e Amarante, e noutra, por exemplo, com todas de Gaia, Porto e Matosinhos.
Outro factor preponderante para o aumento da Honra e aproximá-la à Elite. Já que a Elite ficou tão grande, que se veja pelo lado positivo. Os campeonatos têm começo sempre na 2ª / 3ª semana de Setembro e acabam a meio de Maio. o Que dá cerca de 4 meses sem campeonato. Isto torna-se prejudicial para jogadores e para adeptos. Com um campeonato mais bem mais longo, as equipas jogam quase desde meio de Agosto a final de Maio. O que dá de férias quase só Junho. E parece ajustado e que vai ao encontro de todos.
Será que estas alterações teriam de ir a Assembleia dos clubes? Será que há tempo para esta mudança? Tendo em vista que por exemplo o sorteio da Elite é já a 23 de Julho, não seria de fazerem chegar isto à A.F.Porto? Não seria de sensibilizar todos os intervenientes? Não deviam ser rápidos a tentar mudar isto? Será que alguém se opunha?
Não ha ninguém interessado no futebol distrital que tente ouvir a opinião dos clubes sobre uma proposta destas?
Já agora fica um desafio, já que eu não encontrei: há desvantagens destas alterações? Para quem? Quais?
JOÃO MANUEL