13 anos depois, há muitas histórias para contar.
Mal sabem os iniciados que, ainda eles não tinham nascido, e já eu pisava o intenso, nobre e fantástico campo da Arroteia.
13 anos depois, depois de 10 passos para a frente e 20 passos para trás, voltar àquele campo, agora sintéctico, não foi fácil. Eu, e mais um ou dois daqueles grandes com quem passei por muita coisa, ainda sou do tempo em que o acesso à Arroteia se fazia por um caminho em terra batida, por dentro da casa do senhor lá da frente, que por duas ou três vezes ia sendo atropelado. Ainda sou do tempo em que ficava à espera que o portão abrisse porque chegava cedo demais. Ainda sou do tempo em que nos equipávamos num balneário onde, se não chovia, pouco faltava. E sou do tempo em que subiamos para o campo, um peladão quase de cimento, por umas escadas que provocaram muitas quedas.
Ainda assim, 13 anos depois, sinto que é a minha 2ª casa. Depois dos treinos com granizo, um frio de rachar, um calor insuportável, ou chuva, que chegou a estar só em metade do campo, sinto que nunca vou viver em mais lado nenhum o que vivi ali, naquele modesto mas muito leal campo. Aparte do que consegui que os outros não conseguiram, ou vice-versa, o que importa realçar não são as conquistas desportivas. É certo que ou muito me engano ou eu podia ter sido um dos jogadores com mais presenças pelas camadas jovens naquele clube, mas não é isso que está em questão. Em questão está o amor á camisola e o amor àqueles que a defendiam comigo. Nunca mais vou estar 50 jogos sem perder em casa. Neste campo, ganhei, certamente, cerca de 75% dos jogos que fiz. Orgulho-me de poder dizer que durante muito tempo servi esta família com tudo o que tinha, enverguei uma braçadeira que fiz por merecer como poucas outras coisas e que travei aqui batalhas que não vi em mais lado nenhum. Não eram jogos de futebol, eram lutas mesmo. Raros foram os jogos em que, com muita dor e muito orgulho pelas feridas que ganhei, não sai a sangrar. Por tudo e mais alguma coisa, numa casa onde um dia fui acarinhado e hoje me sinto desprezado, digo que a reputação e a qualidade deste clube precede o seu nome. Porque hoje, quando se fala em Infesta no meu grupo de amigos, todos se lembram de mim. E é por tudo acima e muito mais que digo que, vá onde for e esteja onde estiver, mal se pronuncie o nome "Infesta", eu vou olhar, porque o que afecta o Infesta, afecta-me a mim.
FCI, Arroteia e às centenas e centenas de pessoas com quem trabalhei, quer sejam jogadores, dirigentes, treinadores ou massagista:
Mal sabem os iniciados que, ainda eles não tinham nascido, e já eu pisava o intenso, nobre e fantástico campo da Arroteia.
13 anos depois, depois de 10 passos para a frente e 20 passos para trás, voltar àquele campo, agora sintéctico, não foi fácil. Eu, e mais um ou dois daqueles grandes com quem passei por muita coisa, ainda sou do tempo em que o acesso à Arroteia se fazia por um caminho em terra batida, por dentro da casa do senhor lá da frente, que por duas ou três vezes ia sendo atropelado. Ainda sou do tempo em que ficava à espera que o portão abrisse porque chegava cedo demais. Ainda sou do tempo em que nos equipávamos num balneário onde, se não chovia, pouco faltava. E sou do tempo em que subiamos para o campo, um peladão quase de cimento, por umas escadas que provocaram muitas quedas.
Ainda assim, 13 anos depois, sinto que é a minha 2ª casa. Depois dos treinos com granizo, um frio de rachar, um calor insuportável, ou chuva, que chegou a estar só em metade do campo, sinto que nunca vou viver em mais lado nenhum o que vivi ali, naquele modesto mas muito leal campo. Aparte do que consegui que os outros não conseguiram, ou vice-versa, o que importa realçar não são as conquistas desportivas. É certo que ou muito me engano ou eu podia ter sido um dos jogadores com mais presenças pelas camadas jovens naquele clube, mas não é isso que está em questão. Em questão está o amor á camisola e o amor àqueles que a defendiam comigo. Nunca mais vou estar 50 jogos sem perder em casa. Neste campo, ganhei, certamente, cerca de 75% dos jogos que fiz. Orgulho-me de poder dizer que durante muito tempo servi esta família com tudo o que tinha, enverguei uma braçadeira que fiz por merecer como poucas outras coisas e que travei aqui batalhas que não vi em mais lado nenhum. Não eram jogos de futebol, eram lutas mesmo. Raros foram os jogos em que, com muita dor e muito orgulho pelas feridas que ganhei, não sai a sangrar. Por tudo e mais alguma coisa, numa casa onde um dia fui acarinhado e hoje me sinto desprezado, digo que a reputação e a qualidade deste clube precede o seu nome. Porque hoje, quando se fala em Infesta no meu grupo de amigos, todos se lembram de mim. E é por tudo acima e muito mais que digo que, vá onde for e esteja onde estiver, mal se pronuncie o nome "Infesta", eu vou olhar, porque o que afecta o Infesta, afecta-me a mim.
FCI, Arroteia e às centenas e centenas de pessoas com quem trabalhei, quer sejam jogadores, dirigentes, treinadores ou massagista:
JOÃO NOURA (jogador sénior do Custóias FC)