O Famalicão passou mal em Matosinhos, foi obrigado a horas extraordinárias, mas alcançou o apuramento com um golo na segunda metade do prolongamento da autoria de Cádiz.
Oitavos de final da Taça de Portugal
Jogo no Estádio do Mar em Matosinhos
Árbitro Ricardo Baixinho
LEIXÕES 1 (Thalis 90+5) FAMALICÃO 2 (Penetra 79, Cadiz 108)
LEIXÕES: Stefanovic, João Amorim (Coronas 81, Brunão (Zag 81), Calasan,Joel (Miguel 81), Thalis, Fabinho, B. Traoré (Meira 100), Kiki (Tiago morais 69), Ricardo Valente, Oliveira
Treinador Vitor Martins
FAMALICÃO: Luiz Junior, Penetra, Mihaj, Riccieli, Francisco Moura (Kadille 91), Assunção (David Tavares 72), Colombatto (Zaydou 72), Gustavo Sá (Rui fonte 46), Ivan Jaime (Ruben Lima 92), Cádiz, Pablo (Ivo Rodrigues 46)
Treinador João Pedro Sousa
O Leixões valorizou (e muito!) o triunfo minhoto.
O 11.º classificado da II Liga (ninguém diria) fez peito ao adversário do escalão máximo do futebol nacional. Os famalicenses deram uma pálida imagem do seu real valor e (imagine-se) apenas ensaiaram os primeiros remates à baliza de Stefanovic nos minutos finais da primeira metade, ambos por Gustavo Sá.
O Famalicão poderia ter chegado ao intervalo em desvantagem. Não seria injusto, diga-se. Logo aos oito minutos, Fabinho perdeu o um contra um com Luiz Júnior. Quando não foi o guarda-redes a brilhar, valeu à equipa de João Pedro Sousa o desacerto do oponente – Calasan que o diga!
Os Bebés do Mar foram… uma equipa adulta em campo. Sabem o que querem do jogo, tanto conseguem encontrar espaços dentro do bloco contrário como fora e revelam excelente reação à perda. Não têm, no fundo, medo de jogar e por isso, assustaram o adversário primodivisionário.
Quiçá o Leixões saiu para o intervalo com as imagens das duas excelentes oportunidades no subconsciente. Até porque a segunda metade foi diferente embora os matosinhenses tenham estado por cima a espaços – Thalis obrigou Luiz Júnior a aplicar-se.
O jogo mudou a partir da hora de jogo. Ficou, em suma, mais fechado. O medo de perder foi mais forte que o medo de vencer e no horizonte começava a desenhar-se o prolongamento. Instantes antes de Luiz Júnior ter feito uma defesa de recurso a cruzamento de Kiki, o Famalicão marcou numa jogada de contra-ataque entre Ivo Rodrigues e Rui Fonte até à conclusão de Penetra.
Apesar de uma ou outra transição, o Famalicão procurava guardar no bolso o bilhete para os quartos de final. Porém, nunca se pode subestimar o coração do Leixões e das suas gentes. Foi, pasme-se, com Stefanovic na área que os matosinhenses chegaram ao empate. Cádiz fez falta sobre o guarda-redes e de penálti, Thalis fez o 1-1 aos 90+5.
Houve Taça por mais meia-hora
A primeira parte do prolongamento foi pouco interessante pese o ligeiro ascendente do Famalicão. O emblema minhoto parecia mais fresco que o Leixões e acabou por alcançar o 2-1 por Cádiz após um excelente passe de Youssouf. O avançado acabou expulso por acumulação de amarelos, mas os matosinhenses não foram capazes de aproveitar a superioridade numérica.
DESTAQUES.
Ben Traoré: vê-se o jovem costa-marfinense jogar e rapidamente se percebe a cobiça de clubes da Liga. O médio joga com uma tranquilidade impressionante (capaz de irritar os adeptos mais sensíveis), raramente perde noção do espaço que tem de ocupar e aproveita para ‘roubar’ muitas bolas.
Stefanovic: o guarda-redes destacou-se mais pelo que fez na área contrária do que pelas defesas que foi forçado a fazer entre os postes. Incrível, não acha, caro leitor? Acredite porque aconteceu. Nos descontos do tempo regulamentar, o capitão do Leixões teve autorização para ir à área adversária. Se à primeira conquista um canto, à segunda ganhou um penálti. Thalis fez o 1-1 aos 90+6, mas o herói foi Stefanovic.
Mário Mitch
Foto Lusa