O presidente do Padroense Germano Pinho revelou que espera "manter o clube equilibrado mesmo que tenha de abdicar do sucesso desportivo imediato", na Conversa ao Entardecer no estádio sobre o tema "Padroense - Uma História com futuro".
"Procuro sempre fazer da regra número 1 que é manter o clube firme, equilibrado com futuro, não trocar o êxito imediato pela segurança do clube em termos futuros. Espero manter o clube equilibrado mesmo que tenha de abdicar do sucesso desportivo imediato. É mais importante crescer o clube de forma consolidada para que a chegada a outros patamares chegue com naturalidade", descreveu o dirigente máximo do clube.
Germano Pinho salienta que há não comparação entre o Padroense que hoje existe e aquele que recebeu em 2001, reforçando o orgulho, mas mostrando um pouco de apreensão e de preocupação.
"Nós podemos orgulhar para todas as fases e para todos os itens do nosso crescimento de forma igual. Estamos a renovar as etapas que temos feito. Estamos orgulhosos, mas também um pouco apreensivos e preocupados porque como vamos crescendo muito, já não cabemos no nosso sapato e precisamos de ir um pouco mais além e precisamos da ajuda e de apoio. A trajetória responsabiliza-nos muito para aquilo que ainda falta fazer", refere.
"Todos nós somos sonhadores. Se algum de vocês há 10, 15 ou 20 anos atrás dissessem que o Padroense que ia ser um dos melhores clubes do país no futebol de formação, acham que não mandava vir o INEM logo e internavam-me de seguida. Sonhar não tem limites, é preciso é lutar por galvanizar o sonho", explicou.
Germano Pinho afirma que o Padroense "não me deve nada" e frisa que o clube pode finalmente pensar no sucesso desportivo a alto nível quando estiver o futuro equipamento instalado ao lado do pavilhão.
O máximo dirigente da equipa do Padrão da Légua refere que é possível sonhar com uma subida aos nacionais, mas não fazer disso "uma obsessão".
"Em 25 anos nunca ouvi no Padroense que o clube estava sem rei nem roque. É possível sonhar com uma subida aos nacionais, mas não fazer disso um objetivo imediato, uma obsessão, mas sim a consequência de um tempo maturado", descreveu.
No painel estava presente o médio Ricardo Marques jogador formado no Padroense desde os seis anos e que vai ser futuro sénior do clube que acha que é "uma questão de tempo para o Padroense entrar numa liga profissional e a partir daí é só sonhar".
O ex-jogador do Padroense Carlos Mariano que esteve no painel, formado no FC Porto, vencedor pela seleção no campeonato europeu de sub-18 em 1994, que jogou no Salgueiros, Espinho, Varzim, Marítimo, Penafiel, Santa Clara, nos espanhóis do Zamora e do Lanzarote, que representou o clube durante três temporadas e meia e que esteve envolvido na equipa que quase subiu à 2.ª Liga que "é possível legitimar que o clube está na minha órbita".
"O Padroense nunca saiu de mim enquanto pessoa e é possível legitimar que o Padroense está na minha órbita enquanto scout na empresa Gestifute e olhando a nível profissional que o Padroense entra em todos os clubes que são apetecíveis. O Padroense tem jogadores com talento e jogadores com potencial e isto pode dar uma maior projeção a nível internacional", contou.
Durante o painel o presidente Germano Pinho revelou como o clube conseguiu chegar a acordo com Carlos Mariano em 2009, citando que foi "um dos acordos mais fáceis na minha carreira como presidente" e que o levou Carlos Mariano a aceitar o contrato foi "a simplicidade no tratamento e a forma frontal".
"Logo nos primeiros momentos, foi a simplicidade no tratamento, a forma frontal e sincera do que aquilo que era pretendido. Estava a fazer uma passagem do futebol profissional para aquilo que é a sociedade. Enquanto praticante profissional vivemos muitos anos numa redoma em que na qual traz algumas dificuldades no meio social e profissional noutras áreas. Quando entrei aqui tinha apenas o nono ano e saí quase formado", explanou o ex-internacional pelas camadas jovens da seleção nacional.
Carlos Mariano esclareceu que "não faltou nada na nossa caminhada" na época 2010/11 quando o Padroense podia ter subido à 2.ª Liga.
"Não faltou nada na nossa caminhada na época 2010/2011. Nós vivíamos dentro da realidade. Foi crescendo em nós que poderíamos lutar igual por igual e recordo que deixamos sete ou oito equipas profissionais connosco", disse.
Ricardo Marques é o primeiro atleta do clube a fazer um contrato de formação e assegurou que esse contrato "faz com que tenha de dar mais de mim ao clube".
"Este ano surgiu a proposta e nem pensei duas vezes porque é um clube que me acolheu e tratou bem e confio nas pessoas à frente dele. Assinar esse contrato faz com que tenha de dar mais de mim ao clube porque está a apostar em mim. Penso sempre em melhorar, em cada treino, em cada jogo e não é por causa do contrato que vou dar o meu melhor, porque eu dei sempre o meu melhor", declarou.
Nesta conversa foram entregues os prémios do Padroense referente à época 2018/2019.
A nova Conversa ao Entardecer, no âmbito do Centenário do Padroense FC, regressa em setembro.
Fonte das Fotos: DR
Diogo Bernardino